quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Zeza

Lembro-me do dia em que te vi pela primeira vez. Eras, nada mais nada menos, que um Renault Clio que estava sujo e tinha rádio de cassetes! Pensei: "Mas que raio de carro de 2005 é que tem um rádio de cassetes?". Fascinada pela tua versão seguinte, rejeitei-te. Chorei no dia em que soube que irias ser tu o meu carro. Lamentei, e por vezes ainda lamento (confesso!), não poder escolher a tua cor, os teus estofos, entre outras coisas que teimava que tinham de ser à minha maneira. Dei-te o nome de Zeza, não só pela matrícula, mas porque queria que fosses diferente dos outros carros e não tivesses nome de menino. Com o tempo conquistas-me e, a verdade, é que já lá vão três anos desde do dia em que te conduzi pela primeira vez e tu nunca me desiludiste. Contigo partilhei emoções, sorrisos, choros, gritos, desabafos, risos, sentimentos, fofocas... Só tu me ouves cantar com alma e coração e não reclamas dos meus desafinos. Nunca escondi a ninguém que te amo e isso vê-se nos cuidados extremos que tenho contigo. Nestes últimos três dias em que adoeceste e ficaste no hospital, nem imaginas a falta que me fizeste e o que sofri com a tua ausência. Esta manhã acordei com uma enorme alegria só porque te ia buscar. E ao regressar contigo para casa fiquei com a certeza que todos os euros que deixei na oficina valeram a pena. 

:)


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