terça-feira, 31 de maio de 2011

Desistência

Hoje assinei o requerimento em que pedia a anulação da minha matrícula no mestrado em Jornalismo, na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), de Lisboa. Depois dum primeiro semestre praticamente todo feito (apenas me faltava uma disciplina!), fui "forçada" a abandonar o mestrado. Entristece-me mas tive de ponderar bem todos os aspectos da minha vida. 

Quando vim para Lisboa tirar o mestrado decidi começar a trabalhar num call-center em regime part-time, visto que já não tenho idade para ser sustentada apenas pelos papás. Assim foi. Seis horas diárias de trabalho que me permitiam conciliar com a escola. Porém a vida deu uma reviravolta e sem estar à espera em Março arranjei emprego na minha área de formação - Comunicação Social. Entusiasmadíssima pensei que conseguiria conciliar as aulas e o emprego. Enganei-me. Oito horas de trabalho diário, mais quatro horas de aulas, mais as horas perdidas no trânsito acabaram por me vencer. Sei que existem inúmeras pessoas que conseguem, com esforço, conciliar tudo na vida mas também tenho consciência das minhas capacidades e limitações. Nunca conseguiria fazer todos os trabalhos que os professores, que constantemente se esquecem que existem estudantes/trabalhadores, exigem e muito menos reunir-me com grupos de colegas que apenas estão em Lisboa nos dias de aulas (segundas, terças e quartas-feiras) quando eu só tenho os fins-de-semana disponíveis. Isto tudo juntando ainda à pouca vontade de pegar nos livros e lançar-me aos estudos depois de um dia de trabalho. 

Ponderei tudo isto com conta e medida juntando, como não poderia deixar de ser, a parte financeira e tive de tomar esta triste opção. Na verdade há muito tempo que já não ia à escola. Hoje foi apenas tornar o acto oficial e assinar os papéis da anulação da matrícula. 

Desisti sem ficar sequer com a pós-graduação em Jornalismo (equivalente apenas ao primeiro ano do mestrado) mas sei que um dia irei voltar a apostar num mestrado. E muito provavelmente em alguma área diferente. 

Odeio desistir de algo.
Sinto-me triste. 

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